sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Guardião Sete da Lira

Guardião Sete da lira
(Murmur) - Seu Sete da Lira é uma manifestação de exu, Era incorporada pela mãe-de-santo Dona Cacilda de Assis, no início da década de 1970.
A entidade obteve destaque na mídia brasileira a partir da apresentação ao vivo, pela TV Globo e pela extinta TV Tupi, de sessões que causaram viva polémica:
"Logo em seguida, no dia 29, último domingo de agosto [de 1971], aconteceu o episódio que mexeu de vez com a suscetibilidade e os brios dos partidários da censura. A disputada mãe-de-santo Dona Cacilda de Assis (que dizia receber o espírito do 'Seu Sete da Lira', um exu da Umbanda) transformou os estúdios da Globo e da Tupi em verdadeiros terreiros de macumba. 'Embora as apresentações diferissem,' relatou o Estado de São Paulo (3 Set. 1971, 4), 'o espetáculo em si foi o mesmo: os umbandistas de 'Seu Sete' invadiram o palco (baianas, cantores, pessoas bem vestidas, em 'relações públicas'...) num tumulto indescritível.' A Censura qualificou a apresentação de 'Seu Sete' de 'baixo espiritismo, exploração da crendice popular e favorecimento da propaganda do charlatanismo'; a Igreja [Católica], por intermédio do secretário geral da CNBB, declarou que a 'inclinação à transcendência do povo brasileiro' estava sendo utilizada por 'indivíduos sem escrúpulos, em atividades pseudo-religiosas' (Jornal da Tarde, 3 Set. 1971; apud Mira, 1995, 36)."
À época, afirmou-se que a então a primeira-dama D. Cyla Médici, esposa do presidente Emílio Garrastazu Médici, teria mergulhado em transe, enquanto assistia ao programa (Costa et al., 1986, 249) (op. cit.).
Como consequência, ambas as emissoras de televisão assinaram um protocolo de auto-censura à época.
O nome da entidade também se liga a um momento da carreira do cantor Tim Maia, no início daquela década, quando era adepto da seita Universo em Desencanto, liderada por Manuel Jacinto Coelho. Segundo a unanimidade dos terreiros afirma, uma das manifestações do Senhor Sete da Lira, é o grande cantor brasileiro,Francisco Alves.


Pontos Cantados
Sou Exu, trabalho no canto
Quando canto desmancho quebranto
Sete cordas tem minha viola
Vou na gira
De lenço e cartola
Viola é tridente
Cigarro é charuto
Bebida é marafo
Sou Sete da Lira
Derrubo inimigo
Ponteiro de Aço. bis


Povo da Lira
Os chefes deste reino são muito mais conhecidos por seus nomes sincréticos: Exu Lúcifer e Maria Padilha, sendo na verdade seus nomes kimbandeiros Exu Rei das Sete Liras e Rainha do Candomblê (ou Rainha das Marias). Seus apelos kimbandeiros mostram justamente sua afinidade pêla dança, a musica e a arte ( lira e candomblê). Dentro do reino da Lira, que tambêm as veces é chamado "reino do candomblê" não pêlo culto africanista aos orixás, sinão por ser issa palavra sinônimo de dança e música ritual. Trabalham aqui todos os Exu que tem que ver com a arte, a musica, poesia, bohemia, ciganeria, malandragem, etc.


Livros
  • Título : Grifos do Passado
  • Autor : Fernando M. Guimarães
Grifos do PassadoResolvi escrever um livro sobre a minha religião, a umbanda. Mas para quem o dirijo? Para os entendidos, aos neófitos, ou aos iniciantes? Aos membros da minha corrente da Sociedade Espiritualista Edmundo Rodrigues Ferro – o Terreiro do Pai Maneco ou aos espiritualistas? A quem? Como é difícil escrever um livro, considerando que no prefácio já estou em dúvida. Resolvi: vou escrever para mim e para quem quiser ler, seja ele quem for. O tema já escolhi, só falta o estilo. Devo falar dos orixás, das linhas, das correspondências, dos números de espíritos existentes, do bem e do mal, do grande engano do exu sórdido, ou do exu bom e correto que conheço? Vou descrever a imaginária e complicada Umbanda esotérica, ou a Umbanda que pratico e amo? O que devo escrever sobre as correspondências entre as várias falanges, das linhas da Umbanda pregadas pelos autores, a do orixá maior e orixá menor, falanges superiores e sub-falanges? Ou devo me limitar aos fundamentos da Umbanda simples praticada pelo povo? Vou me dirigir à elite ou à massa? Não posso me contradizer, se vou escrever para mim, tenho que me dirigir a quem pertenço e gosto: às massas. Sentado no computador, criei uma tecla imaginária: "deletar o que os outros dizem". Não hesitei, acionando este adequado recurso. Só vou depender de mim, e da minha cumplicidade com os espíritos.

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