quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A DEDICAÇÃO DO MÉDIUM DE UMBANDA





Amigos, a Umbanda tem em seu mais profundo cerne a prática da caridade pura, o amor incondicional, a paz e a humildade. Ela também se propõe a produzir, pela modificação vibracional ou fluídica (conhecida popularmente como “magia”), modificações que permitam a melhoria de vida do ser humano.
Através da caridade e dedicação espiritual o médium Umbandista vai adquirindo elevação e consciência do valor de seu domínio mediúnico como forma de comunicação com seres superiores, de outras esferas.
As incorporações, os passes e descarregos feitos na Umbanda formam o conjunto de afazeres espirituais do dia a dia do médium.
Portanto, o Médium é Patrimônio Maior desta Maravilhosa Religião que é a Umbanda.
Acontece que a mediunidade é uma faculdade e como toda faculdade psíquica precisa ser aprimorada e disciplinada.
Na Umbanda, alguns critérios devem ser sempre observados:
Quando um médium entra em trabalho, ele estabelece uma espécie de ligação com a espiritualidade. Esta ligação gera uma constante descarga fluídica no sistema nervoso do médium. Por esse motivo é importante a disciplina da mediunidade. O médium precisa aprender a fazer e desfazer esta ligação para evitar o desgaste do sistema nervoso.
Médiuns faltosos, ausentes das sessões de desenvolvimento, doutrinas, sessões de descarrego e passes estão sujeitos a sofrer as consequências destes transtornos fluídicos como debilidade do sistema nervoso e patologias degenerativas.
DISCIPLINA se torna palavra chave, bem como OBEDIÊNCIA e RESPEITO.
As facilidades do estabelecimento do contato mediúnico resultam do aprendizado moral e de um conjunto de pontos que alicerçam os degraus da evolução.



CONSELHOS PARA OS MÉDIUNS

CONSERVE SUA SAÚDE PSÍQUICA, VIGIANDO SEU ASPECTO MORAL.

1.    Não alimente vibrações negativas de ódio, rancor, inveja, ciúme, etc.;
2.    Não fale mal de ninguém, pois não é juiz, e via de regra, não se pode chegar às causas pelo aspecto grosseiro dos efeitos;
3.    Não julgue que o seu guia ou protetor é o mais forte, o mais sabido, mais, muito mais do que o de seu irmão, aparelho também;
4.    Não viva querendo impor seus dons mediúnicos, comentando, insistentemente, os feitos do seu guia ou protetor. Tudo isso pode ser bem problemático e não se esqueça de que você pode ser testado por outrem e toda a sua conversa vaidosa ruir fragorosamente. Dê paz ao seu protetor no astral, deixando de falar tanto no seu nome. Assim você está se fanatizando e aborrecendo a Entidade, pois fique sabendo, ele, o Protetor, se tiver mesmo “ordem e direito de trabalho” sobre você, tem ordens amplas e pode disciplina-lo, cassando-lhe as ligações mediúnicas;
5.    Quando for para a sua sessão, não vá aborrecido e quando lá chegar, não procure conversas fúteis. Recolha-se a seus pensamentos de fé, de paz e, sobretudo, de caridade pura para com o próximo, entre em sintonia com o astral firmando as ligações com as entidades da sua coroa.



NÃO MANTENHA CONVIVÊNCIA COM PESSOAS MÁS, INVEJOSAS, MALDIZENTES, ETC.

Isso é importante para o equilíbrio de sua aura e dos seus próprios pensamentos.

1.    Faça todo o bem que puder, sem visar recompensa ou agradecimentos;
2.    Tenha ânimo forte, através de qualquer prova ou sofrimento, confie e espere;
3.    Faça recolhimentos diários, a fim de meditar sobre suas ações;
4.    Não conte seus “segredos” a ninguém, pois sua consciência é o templo onde deverá levá-los a analise;
5.    Não tema a ninguém, pois o medo é uma prova de que está em debito com sua consciência;
6.    Lembre-se que todos nós erramos, pois o erro é humano e fator ligado à dor, ao sofrimento e consequentemente, às lições com suas experiências. Sem dor, lições, experiência, não há carma, não há humanização nem polimento intimo, o importante é que não erre mais, ou melhor, que não caia nos mesmos erros. Passe uma esponja no passado, erga a cabeça e procure a senda da reabilitação: para isso, “mate” a sua vaidade e não se importe de maneira alguma com o que os outros disserem ou pensarem ao seu respeito. Faça tudo para ser tolerante, compreensivo, humilde, pois assim só poderão dizer coisas boas de você.


ZELE POR SUA SAÚDE FÍSICA COM UMA ALIMENTAÇÃO RACIONAL E EQUILIBRADA.

1.    Não abuse de carnes vermelhas, fumo, álcool ou quaisquer excitantes;
2.    De véspera e após a sessão, evite manter contato sexual; O ato sexual promove grande escape de energia através do chakra genésico e consequentemente uma grande baixa energética na aura. Vale lembrar também que a troca de fluidos corporais traz em si uma imensa carga energética que pode não ser benéfica.
3.    Todo mês deve escolher um dia para ficar em contato com a natureza, especialmente uma mata, uma cachoeira, um jardim silencioso, etc. Ali deve ficar lendo ou meditando, pois assim ficará a sós com sua própria consciência, fazendo revisão de tudo que lhe pareça ter sido positivo ou não,em sua vida material, sentimental e espiritual.

Trecho extraído do JUCA – Jornal de Umbanda Carismática

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

OS BOIADEIROS





Os Boiadeiros são entidades que representam a natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, “o caboclo sertanejo”, são os Vaqueiros, Boiadeiros, Laçadores, Peões, Tocadores de viola.
Representa a essência da miscigenação do povo brasileiro, o mestiço brasileiro, filho de branco com índio, índio com negro e assim vai. Ganhando a terra do sertão com o seu trabalho e luta, mas respeitando a natureza e aprendendo, um pouco com o índio: suas ervas, plantas e cura; um pouco com o negro: seus Orixás, mirongas e feitiços; e um pouco com o branco: sua religião (posteriormente misturada com a do índio e a do negro), costumes, crendices, supertições, fé e sua língua, entre outras coisas.
Dá mesma maneira que os Pretos-Velhos representam a humildade, os Boiadeiros representam a força de vontade, a liberdade e a determinação que existe no homem do campo e sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de maneira simples, mas com uma força e fé muito grande. São habilidosos e valentes.
Fazem parte da linha de caboclos, dentro da vibração de Oxóssi, mais na verdade são bem diferentes em suas funções. Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos. Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática da magia na terra. Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito a diferenciarmos dos caboclos.
Mas também são regidos por Iansã-Oyá, tendo recebido da mesma a autoridade de conduzir os eguns da mesma forma que conduziam a boiada, onde levam cada boi (espírito) para o seu destino, e trazem os bois que desgarram (obsessores, quiumbas, etc.) de volta ao caminho do resto da boiada (o caminho do bem).
Suas maiores funções não são a consulta como a dos Pretos-Velhos, nem como os Caboclos, e sim o “dispersar de energia” aderida aos corpos, paredes e objetos. É de extrema importância essa função, pois enquanto os outros Guias podem se preocupar com o teor das consultas e passes, os Boiadeiros “sempre” estarão atentos a qualquer alteração de energia do local (entrada de espíritos negativos).
Portanto, quando eles bradam altos e rápidos, com tom de ordem como se estivessem laçando se gado, estão na verdade ordenando aos espíritos que entraram no local a se retirarem, assim “limpam” o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações, já que a presença desses espíritos muitas vezes interfere nas consultas de médiuns conscientes. Esses espíritos atendem aos Boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina. Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o Terreiro e as pessoas da assistência.
Outra grande função de um Boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um Terreiro, sejam elas médiuns da Casa ou consulentes.
Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste. “Gostar” para um boiadeiro é ver no médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele “filho”. Fortalecem seus médiuns abrindo as portas para a entrada dos outros Guias e tornando-se grandes protetores, assim como os Exus.
Eles nos ensinam a força que um trabalho tem e que o principal elemento de sua magia é a força de vontade, fazendo assim que consigamos uma vida melhor e farta.
Eles são logo reconhecidos pela forma diferente de dançar, são rudes nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos, vem sempre gritando e agitando os braços como se possuísse na mão um laço para laçar um novilho.
Nos trabalhos usam velas, pontos riscados e rezas fortes para todos os fins. Alguns usam chapéus de boiadeiro, laços, jalecos de couro, calças de bombachas.
Os Boiadeiros apresentam bastante diversidade de manifestações. Boiadeiros menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre e muitos outros tipos de Boiadeiros, sendo que alguns até trabalham muito próximos aos Exus.
Nomes de alguns Boiadeiros:
Boiadeiro da Jurema
Boiadeiro do Lajedo
Boiadeiro do Rio
Carreiro
Boiadeiro do Ingá
Boiadeiro Navizala
Boiadeiro de Imbaúba
João Boiadeiro
Boiadeiro Chapéu de Couro
Boiadeiro Juremá
Zé Mineiro
Boiadeiro do Chapadão, etc.

Marrambá che tuá Boiadeiros é uma das saudações para esse povo, ou Chetu, Marrumba che, Getuá, ou ainda simplesmente Saravá meu Pai Boiadeiro.

Seu dia é quinta-feira, gostam de bebidas fortes como, cachaça com mel de abelha, que eles chamam de meladinha, bebem vinho e marafo, fumam cigarro, cigarro de palha e charutos.
Seu  prato preferido é carne de boi com feijão tropeiro, feito com feijão de corda ou feijão cavalo. Os Boiadeiros também gostam muitos de abóbora com farofa de torresmo.
Em suas oferendas é sempre bom colocar um pedaço de fumo de rolo e cigarro de palha.
Os Boiadeiros são grandes trabalhadores do astral e defendem todos das influencias negativas com muita garra e força espiritual.




Oração aos Boiadeiros

Meu amigo Boiadeiro!
Tu que guia teu gado pelas porteiras dos caminhos de Ogum, que passa por rios, sob o sol e chuva com seu berrante a anunciar a sua chegada, com seu chicote em punho, hábil com o laço e não deixa demanda criar. Ajudai-me nesta hora, abras as porteiras dos meus caminhos, traga no teu laço aqueles que me querem mal, que na sua chibata haja justiça na minha causa.
Que eu encontre em meus caminhos a solução pros meus pedidos.
Que assim seja.

Trecho extraído do JUCA – Jornal de Umbanda Carismática 07/2008